Em entrevista concedida em 8/2, na Globonews, jornal das dez, o presidente do Conselho Federal de enfermagem, Manoel Carlos Neri da Silva, esclareceu que os erros registrados de profissionais da enfermagem nos últimos dias retratam a falta de políticas públicas e a sobrecarga na jornada de trabalho dos profissionais.
De acordo com Neri, esses erros não são uma regra na enfermagem brasileira, mas uma exceção. São mais de um milhão e meio de trabalhadores da área que, segundo o presidente do Cofen, necessitam que sejam qualificados permanentemente para evitar que os acidentes registrados voltem a ocorrer.
Para Neri, os principais problemas que afetam a categoria são a falta de um piso salarial justo e suficiente para custear com dignidade o profissional, a má qualidade do ensino, além da demora para a aprovação da carga horária de 30 horas semanais. “Ambos projetos, das 30 horas e do piso salarial, tramitam lentamente na Câmara Federal aguardando a boa vontade dos deputados federais para aprová-los”, lamentou Neri.
Outro problema detectado pelo Cofen é a proliferação de cursos técnicos e superiores de enfermagem sem as condições mínimas para funcionamento. O Conselho Federal de Enfermagem, preocupado com a abertura indiscriminados desses cursos, firmou um convênio com o Ministério da Educação para que possa emitir parecer sobre a abertura dos novos cursos. Noventa por centos dos pareceres emitidos no ano passado foram desfavoráveis.
“É preciso mais empenho do poder público para coibir a proliferação de cursos novos sem as condições mínimas de funcionamento. É importante também que os governos criem programas de qualificação continuada para os seus servidores da área de saúde possam estar mais preparados à desempenharem suas funções corretamente”, disse Manoel Carlos.
Neri explicou ainda que o sistema Cofen-Corens tem reforçado o setor de fiscalização, tanto preventivamente quanto punitivamente, para garantir a sociedade uma enfermagem de melhor qualidade.
Veja o vídeo dessa entrevista
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