segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ceará apresenta anticoncepcional com poder de ação de três anos

Com o advento do novo contraceptivo, os jovens terão mais uma opção para evitar o risco de gravidez indesejada, uma realidade muito comum nos dias de hoje. O anticoncepcional já está sendo aplicado em Fortaleza, Caucaia, Pacajus, Maracanaú e Quixadá. Três anos sem engravidar. Essa é a vantagem do mais novo anticoncepcional adotado pela Secretaria de Saúde do Estado do Ceará(Sesa). Distribuído com prioridade para adolescentes, o fármaco visa a diminuir os índices de mortalidade materna, gravidez de risco e gravidez não-planejada. O método contraceptivo, chamado de Implanon, consiste na aplicação de um bastão do tamanho de um palito de fósforo embaixo da pele do braço da mulher.

Durante o tempo em que estiver inserido, o anticoncepcional libera, diariamente na corrente sanguínea, as doses necessárias de etonogestrel para inibir a ovulação. Ao invés de ter que tomar diariamente uma pílula ou medicação injetável mensalmente, a paciente recebe apenas uma inserção, que é rápida, dura apenas dois minutos e não é dolorosa, explica o ginecologista e obstetra, Garcia Souza Neto, responsável pela atenção à saúde da mulher da Sesa. "Ele tem uma dosagem baixíssima e não submete a mulher ao stress da combinação hormonal dos métodos tradicionais. Os estudos sobre o uso de anticoncepcional na adolescência comprovam que grande parte esquece de tomar a pílula e acabam engravidando. Além disso, existe a descontinuidade dos métodos, que agora pode ser evitada com o uso do bastão",acrescenta. Para Garcia Neto, esta é uma das mais modernas opções de planejamento familiar e os benefícios são estendidos ao futuro. "Quando a mulher tem a opção de se planejar para a gestação, em ter um filho desejado, no momento escolhido, o pré-natal é melhor realizado, garantido mais saúde tanto para a mãe quanto para o bebê", observa. O Implanon já está sendo utilizado por mulheres não só de Fortaleza, como também dos municípios de Caucaia, Pacajus, Maracanaú e Quixadá (um dos municípios com maior índice de mortalidade materna, de acordo com a Sesa). As pacientes que demonstrem interesse em adotar o método podem procurar a unidade básica e de lá serão encaminhadas para o respectivo médico responsável. De acordo com a ginecologista Cláudia Geórgia, do Hospital Geral Dr. César Cals, as mulheres mais jovens têm preferido usar o implante ao invés da laqueadura. Elas são atendidas no ambulatório, onde acontecem palestras, realizadas por equipes multidisciplinares, com profissionais do serviço social e enfermagem. Segundo a médica, as maiores dúvidas das pacientes são quanto à eficácia da contracepção e a forma como o bastão é inserido. É no Hospital Geral Dr. César Cals - unidade da rede estadual referência em assistência à gravidez de risco - onde acontece a aplicação do contraceptivo. O atendimento é realizado no ambulatório, sempre às segundas-feiras. Após a aplicação do implante, a paciente recebe um cartão onde estão especificadas informações como o limite de troca ou retirada do bastão. O implante contraceptivo não protege contra Aids ou qualquer outra doença sexualmente transmissível, portanto, não dispensa o uso de preservativos A taxa de gravidez acumulada até 3 anos foi de zero, no total de 2.362 mulheres e 73.429 ciclos estudados. O retorno da fertilidade ocorre rapidamente após a remoção do implante; os estudos mostraram retorno da ovulação três semanas após a remoção Não há necessidade de períodos de "descanso" para inserir um novo implante após a mulher ter usado o anterior por três anos.

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