Ramo da ciência estuda influência dos remédios de acordo com relógio biológico.
- Vários estudos mostram que, se tomados na hora certa, alguns remédios vão ser potencializados, enquanto os efeitos colaterais serão menores.
Essa é a opinião da biomédica Regina Pekelmann Markus, professora do Laboratório de Cronofarmacologia do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo).
A médica defende mais atenção aos horários porque as atividades do organismo variam ao longo do dia, de acordo com o chamado ciclo circadiano, também conhecido como relógio biológico.
Esse ritmo orgânico, por sua vez, é orquestrado pelo hormônio melatonina, essencial para regular o sono e produzido exclusivamente à noite, na ausência de luz. Em outras palavras, o corpo usa a variação entre o dia e a noite para ajustar o seu próprio relógio biológico.
É o ciclo circadiano que determina, por exemplo, que a pressão arterial atinja seu pico e a frequência cardíaca aumente um pouco antes do despertar: tudo isso porque ocorrem descargas dos hormônios adrenalina e cortisol nesse horário, ajudando o corpo a se preparar para ficar alerta. Assim, o melhor horário para tomar remédios contra hipertensão é pouco antes de dormir.
No Brasil, a cronofarmacologia tem sido pesquisada há cerca de dez anos e o CFF (Conselho Federal de Farmácia) está fazendo um levantamento sobre os estudos nacionais ligados ao tema. Alguns remédios já começaram a trazer na bula, inclusive, indicações precisas sobre o horário adequado de administração, prática consolidada nos Estados Unidos.
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