Capacidade de atendimento está esgotada e doadores tiveram que voltar para casa
A solidariedade dos cariocas fez com que o Hemorio conseguisse, em apenas quatro dias, volume de sangue suficiente para atender toda a região serrana do Rio de Janeiro por duas semanas. Com isso, o Hemorio bateu o recorde histórico de doações, além de esgotar a capacidade do estado para coletar sangue de pessoas que foram até lá para ajudar as vítimas das fortes chuvas e dos deslizamentos de terra nos municípios de Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e Sumidouro.
De quarta-feira (12) até ontem (14), 3.562 voluntários compareceram ao instituto para doar sangue, o que corresponde a um crescimento de mais de 200% em relação ao mês anterior. Durante os últimos dias, o Hemorio esteve lotado de voluntários que desejavam doar sangue às vítimas da tragédia na região serrana.
A procura elevada faz com que o tempo médio de espera chegasse até cinco horas. Com isso, enormes filas se formaram dentro do centro de doação, onde centenas de pessoas aguardam pacientemente a sua vez de doar sangue.
Muitos doadores tiveram que voltar para suas casas, mas prometem retornar ao Hemorio. Júlia Balbi, uma das doadoras, disse que “por causa do grande número de pessoas na fila e ao estoque elevado" foi orientada a voltar somente daqui a duas semanas.
- Voltarei sem problema. O importante nesta hora é ter solidariedade para com aqueles que estão vivendo uma esta situação assustadora.
De acordo com o chefe da assessoria de comunicação integrada do Hemorio, Marcos Araujo, a banco de sangue está vivendo uma situação inédita.
Segundo Araujo, o Hemorio tem capacidade máxima para atender 500 doadores ao dia, mas recebe uma média de 300. Ontem, no entanto, o banco de sangue quebrou o seu próprio recorde, com o comparecimento de 1.248 voluntários.
- A última vez que mobilização desta natureza aconteceu foi em 2008, durante a epidemia da dengue, mas o comparecimento não chegou a ser tão intenso.
Na manhã deste sábado (15), desde às 7h, havia mais de 300 pessoas na fila no pátio do Hemorio. Ao meio-dia, esse número triplicou. A chefe do serviço de hemoterapia do instituto, Esther Lopes, elogiou os voluntários.
- A população mostrou-se solidária. Hoje, como nunca havíamos presenciado na história do Hemorio, podemos dizer que temos sangue suficiente para quinze dias.
Ela lembrou também que o sangue tem prazo de validade para doação. Segundo ela, daqui a duas semanas, será necessára a novamente da ajuda dos voluntários," pois a doação de sangue precisa ser contínua".
- As plaquetas, por exemplo, duram somente cinco dias. Vítimas de leptospirose precisarão de transfusão desse componente e precisamos ter um estoque válido.
Por causa do grande fluxo de doadores, ela pediu aos voluntários que se organizem para ir ao Hemorio nas próximas semanas. A instituição também fez o transporte de doadores para o Hospital Universitário Pedro Ernesto e para o Inca, que também já estão com sua capacidade de armazenamento esgotada.
O Hemorio deslocou parte de sua equipe para Nova Friburgo. A unidade móvel de coleta de sangue da instituição foi instalada ao lado do hospital de campanha montado na Praça Central, em frente à Catedral
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