domingo, 12 de dezembro de 2010

Vigilância Sanitária detecta substância cancerígena em receita de pães

Uma reunião foi organizada, em Alagoas, para alertar panificadores sobre uso de bromato de potássio
Nesta semana, a Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), por meio da Vigilância Sanitária e Laboratório Central (Lacen), se reuniu com os representantes da Associação dos Panificadores de Alagoas, na sede da entidade, para discutir a utilização de bromato de potássio nas receitas dos pães.
Em Alagoas, a ação da Vigilância estadual e do Lacen detectou a existência de fábricas clandestinas de regulador de fermentação contendo o bromato de potássio, uma substância cancerígena, proibida por lei federal, em qualquer quantidade nas farinhas, no preparo de massas e nos produtos de panificação.
A ação de caráter educativo teve o objetivo de alertar os panificadores sobre a existência de fábricas clandestinas de aditivo com bromato de potássio e solicitar apoio para uma campanha de esclarecimento junto aos donos de padaria sobre o risco da utilização desse produto na fabricação de pães.

De acordo com informações do diretor da Vigilância Sanitária, Paulo Bezerra, a ação foi recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que antes solicitou as vigilâncias sanitárias de todo Brasil uma pesquisa sobre a existência de estabelecimentos irregulares fabricantes de aditivos químicos utilizados na fabricação de pães.
" Solicitamos a Associação recomendar aos panificadores a só comprar farinha e aditivo de indústria regularizada e registrada no Ministério da Agricultura" , afirmou.
Paulo Bezerra alertou, ainda, que alterar um produto com substância proibida é considerado crime hediondo com pena de cinco a quinze anos de prisão. " Já sabemos quais são as fábricas clandestinas e vamos acionar o Ministério Público" , avisou.
O presidente da Associação e do Sindicato dos Panificadores, Alfredo Dacal, disse que não tinha conhecimento sobre essas fábricas irregulares, e que as padarias associadas já são orientadas a não utilizar o bromato de potássio por ser proibido e altamente nocivo, podendo causar câncer inclusive em fetos, no caso de consumo por gestantes.
Dacal explicou que o bromato de potássio faz o pão ficar grande e crocante por mais tempo, e geralmente são vendidos por unidade e não por peso. Além disso, enquanto os reguladores de fermentação autorizados têm uma ação de quatro horas, o produto com bromato consegue fermentar por muito mais tempo.
" Infelizmente, grande parte da população prefere comprar o pão por unidade, numa ilusão de que está tendo vantagem, mas não sabe que está levando um produto nocivo à saúde" , enfatizou.
Alfredo Dacal disse que as entidades estão dispostas a contribuir com a fiscalização. " Essa ação vem fortalecer a nossa proposta de que a venda de pão tem que ser por peso. Vamos fiscalizar as padarias clandestinas e orientar a população a só comprar por peso" , ressaltou

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