Síndrome da Infusão do Propofol

Uma complicação rara, com resultados potencialmente fatais

O propofol é um medicamento de ultra-curtaduração da classe dos anestésicos parenterais que age como antagonista dos receptores do tipo GABA.

Apesar de suas grandes vantagens farmacológicas e clínicas o uso do propofol em unidade de terpia intensiva está associado a alguns efeitos adversos de grande impacto que muito preocupam os profissionais que atuam em UTI, sendo os principais sintomas o efeito depressor do sistema cardiovascular que pode levar a hipotensão e bradicardia, hipertrigliceridemia associada a pancreatite, depresão respiratória, dor com a injeção, coloração verde da urina, náuseas, vômitos e complicações alérgicas3. Em 2006, Corbett e cols.

documentaram um total de 15 casos em adultos da síndrome da infusão do propofol na literatura.

A síndrome da infusão do propofol (SIP) é uma complicação relacionada com altas doses (> 4 mg / kg por hora ou> 67 mg /kg por minuto) e longa duração (> 48 horas) do uso. As manifestações clínicas mais comuns são: acidose metabólica grave, rabdomiólise, hiperpotassemia, lipemia, insuficiência renal, hepatomegalia e colapso cardiovascular. A real incidência do SIP é desconhecida, porém Crozier, com base em dados agrupados calculou uma probabilidade de 95% de incidência de SIP em 270 pacientes.

Quando suspeita-se que o paciente apresentanda um quadro de SIP o foco abordado consiste unicamente em tratar as manifestações clínicas e previnir lesões de órgãos associados. Na presence da SIP, a infusão do propofol deve ser imediatamente interrompida e deve ser substituido por outro sedativo. Deve-se

iniciar a infusão de cristalóides por via venosa e reposição de colóides. O uso de vasopressores e / ou uso de drogas vasoativas são geralmente necessários para tratar hipotensão e o choque refratário. A estimulação cardíaca artificial utilizando o marcapasso pode ser empregada para o tratamento imediato da bradicardia sintomática e, finalmente, a hemodiálise ou a terapia de substituição renal contínua poderá ser necessária para o tratamento da insuficiência renal aguda e acidose metabólica grave.