A médica Carolina Ferolla (membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica) tira dúvidas sobre o câncer de pele. Confira e, mais importante, aprenda a se prevenir.
O que é?
O melanoma cutâneo, apesar de não ser o mais incidente, é o tipo de câncer de pele mais grave, devido à sua alta possibilidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos. Tem origem nas células responsáveis pela produção de melanina (substância que dá cor à pele).
Quais são os fatores de risco?
- Pele, olhos e cabelos claros
- Presença de sardas
- Dificuldade para bronzear-se
- Exposição excessiva ao sol
- Queimaduras solares
- História prévia de câncer de pele
- Histórico familiar de melanoma
- Múltiplas pintas escuras
Quais são os sinais e sintomas?
O melanoma cutâneo é uma neoplasia silenciosa; portanto não apresenta sintomas. Importante saber que 30% dos casos são provenientes de pintas escuras já existentes e 70% dos casos são classificados como melanoma de novo, ou seja, são pintas pretas que já nascem como melanoma. Por isso, o importante é ficar alerta aos sinais que ela pode apresentar.
Pintas irregulares, assimétricas, com muitas cores e, principalmente, que estejam em crescimento devem ser analisadas pelo dermatologista. Lembre-se: o melanoma, quando diagnosticado no início, pode ter cura.
Como é feito o diagnóstico?
Todas as pessoas com fatores de risco devem fazer acompanhamento regular com dermatologista. As pintas que apresentam qualquer tipo de modificação ou que estejam coçando devem ser analisadas com um dermatoscópio – aparelho que faz uma microscopia na superfície da pele e auxilia no diagnóstico do melanoma. As pintas suspeitas serão retiradas cirurgicamente e submetidas ao exame anatomopatológico.
Quais são os tratamentos mais comuns?
O tratamento é sempre cirúrgico. Após avaliação criteriosa da lesão, inicia-se tratamento complementar que vai desde radioterapia até imunoquimioterapia, de acordo com o grau de invasão do tumor. O prognóstico pode ser bom, se o melanoma for detectado em fases iniciais.
Como prevenir?
A melhor forma de prevenir qualquer lesão de pele é seguir algumas das regras abaixo:
- Auto-exame da pele: é rápido e muito importante para o diagnóstico precoce do câncer de pele. Consiste em observar a pele do corpo todo, verificando se há presença de alterações significativas nas pintas ou aparecimento de novos sinais.
- Com auxílio de um espelho de mão e um espelho grande, percorra desde o couro cabeludo, axilas, dorso do tronco, braços, cotovelos, abdômen, região genital, joelhos e pernas, palmas das mãos, plantas dos pés e unhas.
- Mantenha-se alerta a qualquer mudança ou surgimento de novas pintas escuras.
- Realize o auto-exame a cada três meses.
- Use regularmente o filtro solar com fator de proteção solar (FPS) mínimo 15, mesmo em dias nublados. Reaplique-o a cada 2 horas e após suor intenso ou mergulho. Não esqueça da proteção labial.
- Evite a exposição solar entre 10 e 16 horas. Este é o pior horário da radiação UVB (responsável pela queimadura solar).
- Complemente a proteção solar com óculos de sol, camiseta de manga longa, chapéu de aba larga e guarda-sol. Prefira sempre a sombra.
- Não faça bronzeamento artificial em cabines.
- Ensine a seus filhos o hábito da proteção solar, pois a radiação ultravioleta tem efeitos acumulativos e os danos que levam ao câncer de pele no adulto iniciam-se na infância.
- Em caso de dúvida, procure um dermatologista.
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