terça-feira, 30 de novembro de 2010

Especialistas criticam tratamento dado à grávida na hora do parto





Secretaria de Saúde do Ceará diz que mulher sofre "humilhação" e "desprezo"


O tratamento dado às gestantes na hora do parto foi um dos temas discutidos nesta segunda-feira (29) na 3ª Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, que está sendo realizada em Brasília. Segundo o professor Gustavo Venturi, da USP (Universidade de São Paulo), a gestante não recebe um bom tratamento nos hospitais, apesar de ser esse um momento especial, em que a mulher que se torna muito frágil, e de grande expectativa para a família.



De acordo com Venturi, o problema ocorre tanto em hospitais públicos quanto privados, principalmente no Nordeste e em várias regiões metropolitanas. Muitas vezes, as pessoas fazem ou dizem algo sem perceber e acabam se mostrando indiferentes à situação da gestante, afirmou o professor.


A representante da Secretaria de Saúde do Ceará, Annatália Gomes, também criticou o tratamento dado à gestante, o que pode levar a mulher a se sentir punida, em vez de protegida, na hora do parto.


Para ela, em uma sociedade desigual como a brasileira, a mulher enfrenta desrespeito, humilhação, desprezo, constrangimentos e problemas como a restrição para acompanhantes.


Tudo isso está dentro de uma cultura que precisa mudar, diz Annatália. E a saída é as mulheres reivindicarem seus direitos.


– Os profissionais têm que compreender o sentido da sua missão e conhecer a operacionalidade do sistema de saúde aceitando as queixas como um direito legítimo de quem procura um serviço público.

1 comentários:

angel disse...

Achei superinteressante a matéria, aliás denuncia o que acontece e é acobertado por muitos profissionais de saúde: A indiferença ás espectativas do outro. Sou estudante de Enfermagem, e atualmente trabalho como recepcionista, num hospital público de uma cidade pequena no interior de um estado do Nordeste. Lá os partos são realizados por técnicas de Enfermagem parteiras (sim, aqui ainda tem parteiras!)e uma cena inesquecivel pra mim, foi a de uma adolescente gestante, de aproximadamente 17 anos,ver sua criança morrer, porque essa parteira abandonou o hospital no meio da noite, achando que não iria chegar mais nenhuma gestante. UM ABSURDO! UMA TOTAL FALTA DE PROFISSIONALISMO! enfim, humanizar é preciso!