domingo, 11 de julho de 2010

Sindrome do Pânico - Eu tenho!

Imagine você em casa ou em qualquer outro lugar e de repente sentir uma tontura fortíssima, falta de ar, sensação de desmaio, taquicardia, formigamento nos dedos. Horrível não é? Agora imagine você tendo isso constantemente sem motivo nenhum que desencadeie tais sintomas.

Isso é Síndrome do Pânico!
Muitas pessoas acham que isso é frescura, mas posso afirmar que não é.
Eu tenho Síndrome do Pânico e só quem sofre disso sabe o quão difícil é.
Minha primeira crise foi aos 21 anos, no verão, na praia.

Eu havia chego à praia com minhas amigas e seus filhos e resolvemos ir até a beira do mar. De repente comecei a suar frio, senti uma forte tontura, falta de ar. Corri e sentei na cadeira que eu havia levado. As minhas amigas me deram sal, açúcar, pois acreditávamos que poderia ser hipotensão ou hipoglicemia, mas nada adiantou. Não pensei duas vezes, liguei, chamei um taxi e fui pra casa. No meio do caminho a crise passou. Contei o que havia acontecido para minha mãe e ela disse que poderia ser fome, afinal eu não havia almoçado. Tomei banho, almocei, descansei e decidi ir até a casa dessas minhas amigas. Desci as escadas e assim que coloquei o pé na calçada, a crise voltou. Corri para casa. O que sera q estava acontecendo comigo? - pensei. Depois desse dia tudo piorou. Parei de fazer a academia, perdi uma grande oportunidade de emprego, pois nao conseguia sair de casa, parei de sair com as minhas amigas, enfim parei de fazer tudo. Um mês depois de minha primeira crise, tive outra na porta do meu prédio (o lugar mais longe que eu conseguia chegar) e minha mãe correu comigo pro PS. Esperei impacientemente por 30 minutos antes de ser atendida, eu no auge de minha ansiedade, bebi água, andei de um lado para o outro, mexi no celular e falei sem parar. Enfim fui chamada e a ansiedade aumentou. O médico fez os exames de praxe, verificãção de pressão, pulsação, temperatura, perguntas e mais perguntas e no final deu o diagnóstico: - Creio que você deva procurar um psiquiatra, pois acho que você tem Síndrome do Pânico, vou lhe receitar um remédio para você tomar agora e se acalmar - disse o médico.
Na hora em que eu escutei "psiquiatra", já me imaginei sendo internada em uma clínica psiquiátrica e gritando: - Eu não sou doida, não sou doida!
Tomei o tal remédio "Lorax" e 30 minutos depois, eu já estava calminha, ou melhor, dopada. Dormi por mais de 14 horas.
Fiquei com medo de ir ao psiquiatra e acharem que eu era louca. Decidi começar a sair aos poucos. Eu acordava cedo, tomava café e etc., colocava a coleira na minha cachorra e descia. Na porta do prédio eu respirava fundo e andava um pouco, primeiro até a esquina (três casas após meu prédio), passava mal, voltava correndo cachorra e eu. Creio que a minha cachorra e eu também, emagrecemos bastante nessas corridas. Fiquei indo até a esquina por uma semana. Depois resolvi ousar, andar um quarteirão passava mal e lá ia eu e a cachorra correndo de volta para casa. Durante um mês eu fiz isso, sempre avançando. Resolvi então ir até a casa das minhas amigas, exatamente 30 minutos de caminhada. E para variar, no meio do caminho passei mal. Não tinha como eu voltar para casa correndo, pois eu nem ia agüentar correr tanto, então decidi me distrair, comecei a fazer contas malucas em voz baixa e assim a crise foi passando e conseguir chegar a casa delas. Depois desse dia eu só saia com minha cachorra e sempre perto de casa. Minha mãe insistiu tanto e me levou ao clinico geral, pois ela não acreditava que era síndrome do pânico o que eu tinha. O médico pediu para que eu fizesse um hemograma completo. No dia da coleta fiquei tão nervosa, que no meio da coleta desmaiei.
Fiquei sete meses sem sair de casa (devo acrescentar que minhas idas aos médicos eram uma tortura, pois eu marcava a consulta e ficava ansiosa até sair do consultório), minha família mudou-se novamente para o bairro em que morávamos anteriormente a minha primeira crise (perto da minha antiga academia e amigas).
Tomei coragem e fui ao psiquiatra. Ele me receitou um antidepressivo. Uma semana depois de medicação eu já conseguia ir bem mais longe, embora sempre receosa, mas conseguia ir.
Seis meses depois de ter começado a fazer uso do antidepressivo eu já estava de volta à academia e procurando emprego, claro que mesmo com a medicação eu tinha crises, mas eram bem mais leves e eu já havia desenvolvido um método para controlá-las.
Como eu já sabia o que fazer para controlar as crises, achei que não havia mais a necessidade de tomar o antidepressivo e parei por conta própria.
Burrice!
Só para deixar claro, tem duas coisas que não consigo fazer de jeito nenhum, ir à praia e exame de sangue.
Por um ano consegui controlar as crises.
Agora elas voltaram piores. Minha ansiedade aumentou absurdamente.
Eu decidi que vou novamente ao psiquiatra e fazer terapia também. Semana que vem já tenho consulta. Já a terapia terá que ser paga como particular, pois o convênio não cobre “tal luxo”.
Faz exatamente oito anos que convivo com a síndrome do pânico.

5 comentários:

Aline disse...

Eu poderia imaginar qualquer outra coisa e não a sindrome do panico com esses sintomas..e eu como sua amiga devo acrescentar que esse tratamento te fará muito bem...e que vc consiga retornar as suas atividades normalmente..

TATIANE disse...

É EU SEI BEM O QUE É ISSO, HORRIVEL NÃO DESEJO NEM PRO MEU PIOR INIMIGO,TBM ESTOU LUTANDO CONTRA ESTA SITUAÇÃO, MAS VAMOS TER FÉ QUE IREMOS SAIR DESSA!DEUS ESTA COM NOSCO E SABE DE TUDO O QUE PASSAMOS LUZ NO SEU CORAÇÃO TENHA FÉ.

betina disse...

GURIAS EU TBÉM SOFRO DISSO. QUERO SER MÃE, MAS COMO SE TENHO PÂNICO DE FAZER EXAME DE SANGUE... PRECISO ACHAR UMA SOLUÇÃO...NÃO ACHEI Q ERA TÃO GRAVE ATÉ DESCUBRIR Q TENHO A DOENÇA Q EMAGRECE E TENHO Q TENHO Q FAZER EXAME DE DOIS EM DOIS MESES,MAS COMO O MEDICO É MUITO QUERIDO LEVO ELE NA CONVERSA E JÁ FAZ MAIS DE SEIS MESES Q NÃO FAÇO.MAS SEI Q ESTÁ ERRADO. PRECISO AJUDA...SE A TERAPIA TE AJUDAR ME AVISA...

Anônimo disse...

Eu vivo o mesmo drama, e tenho medo de doenças em geral, medo de ir ao médico tbm, medo de medir pressão (de ter uma doença grave). Depois de fugir de médicos durante 9 anos (minha primeira crise foi aos 21 tbm), resolvi fazer um check up aos 30 anos. Em parte foi bom, em outras péssimo, pq sofri o tempo todo que tive que ir aos médicos e fazer os exames. Fui fazer acupuntura, terapia e agora decidi ir ao psiquiatra. Agora estou com medo de tomar antidepressivo. É muito difícil lidar com tudo isso, eu perdi a confiança nos médicos e tenho medo dos tratamentos. Mas eu peço a Deus que eu consiga sair dessa. Eu nunca deixei de sair de casa por causa disso, mas teve épocas em que limitei minhas atividades, com medo de ter um ataque cardíaco. Hoje estou melhor, mas ainda tenho ansiedade excessiva e medo de ter crises. Agora o pânico dos médicos eu ainda não perdi.

Unknown disse...

e muito complicado.pior ainda quando so depende de boa vontade.sofro de depressao ha 3 anos,ao tentar fazer um exame de papnicolau,que acabei nao conseguindo.desde entao tomo antidepressivo e antisiolitio,pois desenvolvi disturbio de ansiedade.o pior e quando voce expoe seu problema para qualquer pessoa esperando que lhe de uma luz e eles quando nao acham graca,acham que e frescura.